A Imaginarium sempre oferece futilidades incontestavelmente agradáveis… aqueles objetos inúteis que normalmente nos encantam por seu caráter inusitado ou descolado. Há um tempo atrás, passei lá e comprei um imã muito staile pra colar na geladeira. Trata-se do “PUTZ… não tem”, que bastante gente já deve conhecer. Ele é bem simples: com aquelas canetas de ponta grossa, as pessoas escrevem nos espaços em branco o que está faltando na geladeira ou na dispensa. Depois apagam, e podem escrevfer de novo.
E foi somente depois de alguns meses usando o Putz, que eu me toquei sobre a simplicidade e genialidade dessa idéia. É impressionante como este simples imã é capaz de modificar o comportamento das pessoas e ainda impulsionar o consumo de uma família inteira. Existe uma série de fatores que explicam o que estou dizendo.
Primeiro de tudo, o Putz é muito mais prático do que a velha lista de compras, que sempre é escrita de última hora num papel amassado. Além disso, deixar uma lista de compras disponível e, pincipalmente, visível num dos lugares mais visitados da casa facilita muito o fluxo de informações entre os influenciadores (normalmente os filhos e o marido) e os compradores (normalmente, a mãe).
Essa é uma das grandes sacadas do Putz. A maior comunicação entre os moradores de uma mesma casa acarreta, indiretamente, um aumento da FREQUÊNCIA de compra de determinados produtos no supermercado. Obviamente, os consumo que mais tende a subir é o de produtos de geladeira. Imagine uma mãe que, toda vez que passa pela sua cozinha, vê que seus familiares estão falando diretamente com ela: “Putz… não tem bolacha, iogurte”. Ela ficará com aquele peso na cosciência e, na primeira oportunidade que tiver, vai comprar o que foi pedido. Não esperará a próxima compra do mês. Segundo o marketês, isso aumentaria o share of pocket (porcentagem mensal de grana que a pessoa destina à determinada empresa).
A outra grande sacada, e na minha opinião mais fantástica ainda, é o apelo emocional que o Putz carrega. Ver a letrinha do seu próprio filho “pedindo” por algo na porta da geladeira é o maior apelo ao consumo que pode existir. Quão persuasivo é isso? O quão barato é isso? Muito mais do que um anúncio sobre uma promoção qualquer.
Além disso tudo, o Putz é uma forma interativa e divertida de comunicação dentro de casa, pois abre espaço para manifestações de todo tipo inclusive desenhos e grafitis, sempre voltados para a compra de alguma comida que está faltando. Em pouco tempo, ele torna-se parte integrante da casa… e as pessoas acostumam-se com um hábito de escrever lá.
Parece que Pavlov, teórico do behaviorismo e influenciador da publicidade, tinha razão. As pessoas realmente reagem a estímulos destinados a elas… e se condicionam a repetir automaticamente seu comportamento quando o estímulo se repete. Por que não estimular o consumo de maneira agressiva (dentro da casa), funcional e divertida ao mesmo tempo?
Obviamente, você já percebeu que esta foi uma idéia excelente, porém executada pela empresa errada… ou melhor, não aproveitada pelas empresas certas. Claramente, ela é voltada para uma empresa de supermercado. Pode-se dimensionar o potencial dessa idéia pensando que ela pode transformar-se tanto em uma campanha de relacionamento, como em uma campanha para aumentar as vendas.
Isso sim é uma idéia que faz diferença na vida das pessoas e, principalmente, das empresas.
Diego Senise
Como diria o meu pai: Putz véi!
muito bem, hein, queridão!
belo pensamento em cima de uma coisa bem trivial. esse é um tipo de coisa que diz bastante sobre a inteligência das pessoas.
ah, mas vc é o cara do outdoor… não precisa desse tipo de elogio!
hahahaha